Esses dias acho que tenho tido uma boa dose de realidade na
minha vida, tenho entendido o funcionamento desse mecanismo um tanto quanto
muito estranho que o ser humano impõe a sua rotina e por conseqüência à todos
aqueles que estão a sua volta.
Tenho descoberto que faces das pessoas que acho que até então
poderiam estar meio maquiadas pela minha nebulosa percepção que sempre quer o
melhor nas pessoas próximas. Mas de fato, nem sempre isso é possível.
Tenho notado um leve toque de mesquinhez, e mais, uma parte
de masoquismo em relação aos sentimentos alheios. Esse prazer em fazer
comentários inoportunos e que, são cientes de que não tem outra finalidade a
não ser a dor alheia.
É estranho esse prazer que as pessoas tem, ou se esforçam pra
ter e demonstrar em magoar as pessoas. Sério, na maioria das vezes, eu sou ou
poderia ser, o maior defensor da inexistência dessas características nos seres
humanos. Defendo o preceito da inocência dada pelo direito até o fim, mas
definitivamente, em certos casos isso não vem sendo possível.
Tenho tentado fazer a minha crença nas pessoas não escorrer
pelos meus dedos, porém me questiono que se essas pessoas, até então maiores
interessados nesse quesito não tem nenhum tipo de esforços para fazer com que
este preceito se perpetue, por que eu, simples narrador interlocutor deveria me
empenhar para convencê-las do contrário?
Sinceramente, como já disse, não ando vendo motivos, e por
tal razão ando acreditando que estou me empenhando em causas perdidas.
Aquele ditado que acho muito válido e ouvi recentemente, de
novo, em uma conversa, de que enquanto brigo, discuto, me desgasto, etc., é
porque sinto algo e assim acho que vale a pena é real, porque assim que começo
a me desapontar com as circunstâncias, vou me entregando e acabo por achar que
não vale a pena, desacreditar.
E neste momento é que as coisas começam a mudar de valor,
começo a entender que tenho que ser diferente e acabo deixando de lado a luta
desnecessária e esse é o primeiro passo de uma caminhada muito curta que leva
diretamente a indiferença.
E aí, neste fase não há mais o que se fazer, ao atingir esse
estágio faz-se o que bem quiser, sem que eu mude uma vírgula do meu raciocínio
ou desloque um músculo da minha expressão. Pra mim, passa a ser cada um por si,
tanto faz, como tanto fez...