segunda-feira, 28 de maio de 2012

R-e-c-o-m-e-ç-a-r





Assim mesmo, 
pausando, 
devagar, 
pra ver se entra na cabeça.


terça-feira, 15 de maio de 2012

desapega...







Eu acabei de ler uma frase tão, mas tão precisa que chegou a dar uma pontada: Estou cansado de administrar pessoas”.
Estou cansado, pelo fato de ter que, o tempo todo, cuidar do outro, sendo que na maior parte do tempo, eu não consigo cuidar de mim mesmo. Entretanto, mesmo assim, eu insisto no erro
E administrar pessoas exige uma dose excessiva de desapego e benevolência, que de fato, eu não posso ter. Não agora.
O problema é que eu me importo com quem não se importa, alias, que pode até se importar, mas que tem coisas mais importantes com que se preocupar. Afinal, "cada um com os seus problemas", certo?. ERRADO! 
Ok, que todo mundo tem a si próprio para vigiar, e aí, o outro passa a não ser a prioridade, mas não devemos esquecer que para tudo nesta vida existe um meio termo.
O grande problema, no meu caso, é que eu prefiro deixar o outro ser prioridade pra que eu mesmo não seja o foco.
(Sim eu sei que é uma espécie de FUGA, e isso é tópico da minha terapia, OK?)
E essa tentativa, burra diga-se de passagem, não surte efeito, porque exige uma sensibilidade alheia ao enxergar por trás de nossas retinas e, novamente, caímos na pressa e nas prioridades próprias de cada um. E mais uma vez. Incidimos no erro. E como de costume, é recorrente o ciclo... E aí caímos novamente nas lamúrias, é apenas questão de foco.


segunda-feira, 14 de maio de 2012

¬¬





Om mani padme hum

  

मणिपद्मे हूँ.






Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo. Para qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez, não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor, e os amigos ainda se contam nos dedos. Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.

Charles Chaplin


terça-feira, 8 de maio de 2012

usar de lema para a vida...




Saber que se puede 
querer que se pueda 
 quitarse los miedos 
sacarlos afuera 
pintarse la cara
 color esperanza 
tentar al futuro con el corazón... 

[Diego Torres]


domingo, 6 de maio de 2012

QAF, eu e você...



na foto: Michael, Brian e Justin





O que eu vou fazer hoje não é nada mais do que uma resenha de uma série muito famosa de TV, mas que poderia facilmente a minha história de vida, como também de muitas pessoas que eu conheço e em muitos momentos.
Mudam-se algumas histórias, mudam alguns personagens, mas o enredo no final é quase sempre o mesmo, o mesmo plano de fundo.
A série famosa é a “Queer as folk”, exibido no Brasil com o nome de “Os Assumidos”. Recentemente eu re-assisti alguns episódios por causa de um amigo que começou o “vício” pelo seriado e como ele quis os DVDs emprestados, peguei os meus e fui testar para ver se estavam funcionando corretamente. Passando rapidamente pelas primeiras temporadas, fui direto para a última, e assisti alguns episódios, incluindo os dois últimos capitulos.
Um filme passou na minha cabeça e eu me lembrei do aperto no peito que essa série causou na minha cabeça, mas mais do que isso, me veio várias vidas, varias histórias, vários personagens... Aquela sensação de frio na espinha
O que me chama atenção na trama não é nem o excesso de drogas, a promiscuidade dos personagens, ou a volatidade dos sentimentos. Esssa visão é a que todo mundo tem ao ver a séria, a minda é diferente, comigo é a semelhança dos sentimentos, dos personagens, do modo de agir de determinados personagens.
Vou fazer um resumão do que eu acho importante... vamos aos personanges:
Primeiro o tímido (e fofo) Michael (Mike), que se descreve como "aquele cara quase bonito que passou por você", ele é o amigo pra todas as horas (e por ser o bonzinho é o que sempre se ferra) e que tem aqueles olhinhos de “cão-sem-dono” que ninguém resiste. Tem um emprego de vendedor em uma grande rede de lojas, e dificilmente alguém o apontaria como gay com base em uma conversa de elevador. Ele é inteligente e sonhador, fã de histórias em quadrinhos e tem uma paixão platônica por Brian Kinney, seu amigo desde a época de escola.
 Já o Brian não poderia ser mais diferente de Michael. Ele é o cara lindo que todos querem, bem sucedido e seguro. Ele é simplesmente “o cara”. É ele que faz com que o mundo gire em torno ao seu redor. Onde ele chega o mundo para, porque ele é o pegador.
No entanto essa longa amizade – e confusa - dos dois, beira (mas só beira) a um caso de amor. O problema é que o imaturo Brian possui uma relação de dependência com Michael.
Logo de cara, no primeiro episódio acho que a vontade de todas as pessoas é que Mike e Brian formem um casal, mas isso infelizmente não vai acontecer. Esse grupo de amigo vai sofrer muita reviravolta durante as cinco temporadas, muitos personagens vão entrar, muitos vão sair, muitos personages vão sofrer para poder amadurecer.
Brian vai ter o seu papel de macho-alfa e vai doar o seu sêmen para o casal de lésbicas para que elas possam ter o tão sonhado filhos, mas tal fato quase não tem influencia na vida dele. Ter ou não um filho é quase irrelevante para o estilo de vida do garanhão. Mais importante para ele é estar presente na balada (Babylon), transar com os caras mais gatos possíveis e se fazer presente.
Até que um belo dia aparece um novo elemento na trama: Justin, um rapaz de dezessete anos que se envolve com Brian.
Justin é cativante e tem um rosto angelical que vai em contrapartida a uma maturidade assustadora, que contrasta com as atitudes imaturas de Brian. Tem uma sensibilidade ímpar que ele canaliza nas artes. Essa maturidade o faz relevar os ciúmes de Michael.
O contrastante é desabrochar da maturidade do Justin que começa a viver plenamente sua sexualidade, enquanto vive uma paixão com Brian que é um poço de soberba e imaturidade, enquanto paralelamente a isso Michael luta (mesmo que internamente) para definir qual é exatamente sua relação com Brian.
Brian, Brian, Brian... Tudo por não ter olhos para enxergar o quanto Michael sofre por ele e pelas situações causadas por suas duvidas e tudo o que isso ocasiona no grupo.
O mais dificil da série é ver que o nosso desejo não se concretiza mesmo. O Brian não consegue ver o quão especial Michael é em sua vida e o quanto ele representa e, embora o Justin seja uma graça ele também sofre ao seu lado.
Brian não foi feito para ter um relacionamento. Apesar de amá-lo, Justin passa por cima de seus princípios para ficar ao lado de Brian até o fim. Individualista,  Brian não aceita que Justin desista de seus sonhos para viver ao seu lado da mesma forma que ele nem cogita a ideia de se prender a alguém.
Mas como tudo, a arte imita a vida, certo? Sim... E Brian, mesmo que ao seu jeito acaba se envolvendo com Brian e no final, até que ao seu modo, se apaixonando pelo Justin ao ponto de querer ter uma noite de “amor” com ele.
Mas já não eram mais eles, já não dava mais certo e por isso terminou. Justin não queria que Brian deixasse de ser quem ele era e Brian não deixou de ir atrás de seus sonhos (por incentivo do próprio Brian) para viver o que poderia ser seu grande amor.
O conto de fadas, o castelo dos sonhos... nada disto aconteceu! Tudo disso ruiu diante dos dois. Brian e Justin não ficam juntos com a promessa de que se um dia tiverem de se amar, o farão independente do tempo. (O que eu acho a maior balela do mundo!)
Já o Michael, o fofinho, que só se ferra, depois de muito penar, de muito sofrer, acaba conhecendo um cara bonitão, boa-pinta, que se apaixona por ele, formam uma bela família, adotam um adolescente problemático e tem a sua família feliz.
É um final lindo para o Michael se não fosse pelo fato que, pra mim, no fundo dos olhos dele, eu sempre veja uma ponta de sentimento incompreendido (e não correspondido) pelo amigo Brian e que de tão reprimido se torna uma eterna amargura que o impede de ser feliz por completo. Mas ao olhos do mundo, tudo está plenamente feliz...
E assim se fecha o ciclo vicioso de “Queer as folk”...
Qual personagem lhe cabe nessa história? Só não se esqueça que existem outros personagens... mas na minha visão, são esses os essenciais à trama. São os que ME interessam...
Mas como diria o poeta Cazuza em forma de pergunta: “Mentiras sinceras te interessam?”



quarta-feira, 2 de maio de 2012

grito de alerta; o momento em que o copo está cheio


Vê se entende:






Primeiro você me azucrina, 
me entorta a cabeça
Me bota na boca 
um gosto amargo de fel
Depois vem chorando desculpas, 
assim meio pedindo
Querendo ganhar um bocado de mel

Não vê que então eu me rasgo
Engasgo, engulo, reflito, 
estendo a mão
E assim nossa vida é um rio secando
As pedras cortando, 
e eu vou perguntando: 
até quando?

São tantas coisinhas miúdas, 
roendo, comendo
Amassando aos poucos com o nosso ideal
São frases perdidas 
num mundo de gritos e gestos
Num jogo de culpa 
que faz tanto mal

Não quero a razão 
pois eu sei 
O quanto estou errada, 
o quanto já fiz destruir
Só sinto no ar 
o momento em que o copo está cheio
E que já não dá mais pra engolir

Veja bem, 
nosso caso é uma porta entreaberta
Eu busquei a palavra mais certa
Vê se entende o meu grito de alerta
Veja bem, 
é o amor agitando meu coração
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não


is this a real life?