sábado, 30 de julho de 2011

entende?



Como eu queria agora ir para a sua casa, 
deitar na sua cama, 
ouvir a sua voz, 
esquentar meu pé na sua batata da perna. 


por Tati Bernardi



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sexta-feira, 29 de julho de 2011

sonhos: a minha versão e a de Freud







Tem sido até que uma constante eu acordar com breves espasmos dos sonhos ainda frescos na minha cabeça. Outros reaparecem no decorrer do dia, enquanto outros se perdem no esquecimento. São situações inusitadas, pessoas que não estão tão perto, pessoas queridas e uma outra infinidade de situações aleatórias que fogem ao nosso controle.
Que a gente não tem domínio sobre os nossos sonhos creio que não seja uma grande novidade para o mundo, mas essa noite a ordem das coisas se inverteu. Fui agraciado com a possibilidade de sonhar com algo que eu vivo sonhando muito acordado ultimamente.
Para Freud, o sonho é a realização disfarçada de um desejo reprimido, e apresenta dois conteúdos: o manifesto e o latente. Segundo suas teorias, os elementos mais importantes ao processo são os impulsos instintivos reprimidos, impedidos pelo superego de atingirem a consciência.
E eu preciso assumir que em muitos momentos eu partilho (e muito) dessa visão de Freud, inclusive uso a teoria quando preciso explicar o tema para o mundo.
Mas voltando à minha noite, ao meu sonho. Por um breve lapso, consegui acordar no meio da noite e era muito vívida a recordação daquilo que ainda fresco na memória. Foi até inebriante a sensação de veracidade daquele momento. Por um instante eu fui aquilo tudo que quisera ser e era muito  bom o ser. 
E voltei a dormir, tranqüilo e feliz, torcendo para recordar todas as sensações quando despertasse do sono.
E assim aconteceu. Acordei e continuo com esse turbilhão de emoções na cabeça e me questionando do significado disso tudo. Será que eu devo encarar como um fato aleatório, deve pensar como Freud e entender que isso tudo foi só a minha mente transcendendo o meu controle e libertando-se aos acontecimentos ou devo encarar como um “seguir em frente” já que é tudo sonho?
Não sei, eu não tenho essas respostas, mas a seqüência dos fatos só me deixa ainda mais confuso. Se a resposta estiver somente em mim será muito mais fácil, mas na vida nada é tão simples, tudo envolve uma porção de fatores que envolvem, por sua vez, uma porção de pessoas.
Ok ok, sejamos realistas, a resposta sempre está dentro de nós mesmos, mas pra conseguirmos atingi-la, dependemos de um empurrãozinho alheio também, dependemos assim da interferência externa.
A pergunta que fica, de todas as divagações implícitas aqui é a de que quem dará o braço a torcer primeiro?


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É Cazuza, você sempre foi foda... 
Por isso vou citá-lo (novamente) aqui, principalmente na versão de Leoni:

(as vezes te odeio, por quase 1s.)



[...]

Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei

[...]

Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz

[...]







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quinta-feira, 28 de julho de 2011

o início



Todo grande amor começa com uma simples amizade.
Até porque, não poderia ser diferente...


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AMAR.go





a.mar.go
adj (lat *amaricu, de amaru) 1 De sabor acre, desagradável, como o absinto, o fel, a quássia, o quinino. 2 Salgado: Onda amarga. 3 Doloroso, penoso, triste: Amarga contrariedade. 4 Áspero, cruel. 5 Insultante, ofensivo. 


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quarta-feira, 27 de julho de 2011

pra falar a verdade,




Acho muito cansativo ser responsável por tudo.
Não me venha com clichês 
e estereótipos de dias, de vidas e pessoas...
Não é apenas o que se diz, 
é a forma como se diz (e até se pensa)
 que pode mudar toda uma história, 
toda uma vida, toda uma pessoa...
Como também pode não mudar nada...





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terça-feira, 26 de julho de 2011

o medo






Sinceramente, eu não faço ideia do porque a gente fica adiando certas coisas, mas se eu tivesse que arriscar, diria que tem muito a ver com o MEDO
Medo do fracasso. 
Medo da dor. 
Medo da rejeição. 
Independente do motivo: MEDO em suas diversas formas. 
Seja lá do que a gente tenha medo, uma coisa é sempre verdade: com o tempo, a dor de não ter tomado uma atitude fica pior do que o medo de agir...




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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Caio F.




Poderíamos casar, teríamos um apartamento, tomaríamos café as cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos.”









[Caio, não faça isso! Não me exponha desta forma!]





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simples, fácil e direto



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domingo, 24 de julho de 2011

Por que?






Por que sinto falta de você? 
Por que esta saudade? 
Eu não te vejo 
mas imagino suas expressões, 
sua voz, teu cheiro.”



por Machado de Assis


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sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Intratável





Apesar das dificuldades de minha história, apesar dos mal-estares, das dúvidas, dos desesperos, apesar dos ímpetos de abandonar tudo, não paro de afirmar em mim mesmo o amor como um valor. Todos os argumentos que os mais diversos sistemas empregam para desmestificar, limitar, esmaecer, em suma, depreciar o amor, escuto-os, mas obstino-me: "Sei disso, mas mesmo assim...". Atribuo as desvalorizações do amor a uma espécie de moral obscurantista, a um realismo-farsa, contra os quais ergo o real do valor: opondo a tudo "o que não vale à pena" no amor a afirmação do que este vale. Esta teimosia é a profissão do amor. Essa teimosia, é o protesto de amor: debaixo do concerto de `boas razões para amar de outro modo, amar melhor, amar sem estar apaixonado, etc., uma voz teimosa se faz ouvir que dura um pouco mais de tempo: voz do Intratável apaixonado. [...]
O mundo submete todo empreendimento a uma alternativa; a do sucesso ou do fracasso, da vitória ou da derrota. Protesto por uma outra lógica: sou ao mesmo tempo e contraditoriamente feliz e infeliz: "conseguir" ou "fracassar" têm para mim sentidos apenas contigentes, passageiros (o que não impede que minhas dores e meus desejos sejam violentos); o que me anima surda e obstinadamente não é tático: aceito e afirmo fora do verdadeiro e do falso, fora do êxito e do malogro; estou destituído de toda finalidade, vivo conforme o acaso (a prova é que as figuras do meu discurso me vêm como lances de dados). Confrontado com a aventura (aquilo que me ocorre), não saio nem vencedor, nem vencido: sou trágico.
(Dizem-me: esse gênero de amor não viável. Mas como avaliar a viabilidade? Por que é viável é um Bem? Por que durar é melhor que inflamar?)






(In: Fragmentos de um discurso amoroso. São Paulo: Martins Fontes, 2010. p.15-8).



quinta-feira, 21 de julho de 2011

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Me empresta seu peito 
porque a dor não tá cabendo só no meu.






por Tati Bernardi
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Sabe, eu aceito seus defeitos, conheço o seu jeito, sei sobre os seus problemas, e que falta algo em você - e sinceramente, eu gostaria de ser esse algo que te completa, mas, mesmo não sendo eu comprei toda cola que pude, pra tentar juntar os seus pedaços - eu sei o que você está pensando, cola só gruda, não restaura. Mas é um bom começo, não acha? Quem sabe inteiro novamente, você -sozinho- possa se restaurar, não é mesmo?



quarta-feira, 20 de julho de 2011

meu caro inestimável,







tenho respirado novos ares, tenho lido novos blogs, baixado novos CDs e DVDs, ido a novos shows e lugares… mas me diz uma coisa? o que todo mundo tanto fala desse tal de amor? por que que tanto sofrem por ele, os poetas e os compositores?


e o sexo nisso tudo? ora tão sublime, ora tão vulgar. eu, inestimável, eu que tenho me aventurado a descobrir novos corpos, cheiros e tempeiros não sei mais o que pensar.


que tanto alcool é esse que há nesse tal de amor que embreaga tanto as pessoas? e essa ressaca que dizem não ter cura? e quando junto com o amor, o sexo vem dissolvido? se no começo é aventura, inestimável, no fim tudo parece estar perdido.


tenho medo de amar também. alguém me disse, certa vez, que amar era bom, mas agora tão longe, meu medo é descobrir que a realidade é o contrário das histórias.


mas se ainda assim todos amam, não há pra quê ser diferente. desce uma dose martine, inestimável… hoje eu vou me embreagar. a aventura vai começar...



terça-feira, 19 de julho de 2011

assim





é que eu sou daquele tipo de pessoa que acredita 
até que provem o contrário
ou até mesmo depois disso...





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O sofrimento é passageiro. Desistir é para sempre.





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segunda-feira, 18 de julho de 2011

sábado, 16 de julho de 2011

Viver é duríssimo!







A gente faz as coisas pra matar dentro da gente
 e morre junto.
A gente faz pra ferir quem pouco 
sente nossa existência e vai,
aos poucos
deixando de existir pra gente mesmo.
A gente faz pra provar que também existe sem amor 
e acorda se procurando no dia seguinte.
Era só pra ser algo divertido 
e vira um drama.
O amor era pra ser amor
 e virou só um troço que acabou 
porque eu esqueci que era pra ser divertido 
e pensar isso do amor me ofende.
Viver é duríssimo.






Tati Bernardi

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Pra quem você vai correr?



Enquanto eu sorrir ainda posso esquecer
[...]
E a gente é maior que qualquer razão


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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Hide & Seek



And I want to see you
when I open my eyes again.


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quinta-feira, 14 de julho de 2011






quero colo
vou fugir de casa
 posso dormir aqui
 com você?



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#Touro



Não olhe pra trás, 
apenas vá
respire e siga em frente...


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Muito ou Pouco?



de sobressalto acordei e tinha a nítida impressão que era real. era muito de mim, pouco do lógico, muito imaginário pra pouca realidade. e continuei na cama, por pouco tempo, na tentativa de refrescar o sonho. mas sonhos são mesmo assim, as vezes são confusos, mas esse foi ilógico, pois mesmo pra esse objetivo, o preço era caro demais, mesmo em sonho. e acordei um pouco cansado, meio que sem saber diferenciar até onde ia a fantasia. quis voltar a dormir pra esquecer desse pouco, pra tentar não lembrar do muito...



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quarta-feira, 13 de julho de 2011

a vida anda de acordo com os nossos passos...




Por isso, às vezes é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares; 

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terça-feira, 12 de julho de 2011

antes de dormir...




Porque antes de dormir 
é a hora perfeita 
para sentir o soco no estômago.


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constatação;





Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É... OU NÃO!




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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Um fato sobre mim:



Ouço, guardo e lembro de cada palavra que me dizem...



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domingo, 10 de julho de 2011





ando escrevendo para mim, 
porque preciso das minhas palavras 
para poder acreditar...


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in.capacidade






Dramática é uma palavra muito forte, porque nada em mim dói de brincadeira. Se eu tô dizendo que feriu, é provável até que eu esteja minimizando o quanto para não culpar o "culpado". Infelizmente é a minha atual realidade. Não acho que eu seja o último ser-humano da face da Terra, muita gente passa por isso, mas como disse Elis Regina - "As pessoas estão ressabiadas de dizer que GOSTAM das outras"

E o mais cruel não é nem a capacidade das pessoas fazerem isso com as outras, mas a incapacidade de se colocarem no lugar daqueles que são criticados. Todo mundo me diz o que fazer e como agir, mas ninguém tenta se colocar no meu lugar por um segundo e tentar entender os motivos das minhas ações, a minha vida, o que me ocorre, os meus problemas (nem os reflexos das ações alheias, diga-se de passagem), e tantas outras coisas que são indiscriminadamente desprovidas de qualquer tipo de maldade, de qualquer tipo de intencionamento ou qualquer coisa que seja propositadamente negativa mesmo com quem talvez merecesse um justo sacode. E a ausência dessa maldade não faz de mim uma pessoa boa nem melhor que qualquer outra. Só faz de mim alguém que ainda pensa carinhosa e cautelosamente em qualquer pessoa que eu seja capaz de amar e perdoar.



                                                   (Fernanda Young)



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sexta-feira, 8 de julho de 2011

e acredito mesmo...



Eu quero eternizar o seu sorriso lindo – mas eu nunca falei dele pra você. Nem falei do seu cheirinho bom. Que é o cheiro de uma nova vida que eu estava precisando tanto… E você nem sonha que eu sou meio ciumenta, bem chata, quero ser mãe e acredito no amor da minha vida. Acredito no amor pra sempre. Acredito em alma gêmea.



por Tati Bernardi


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quarta-feira, 6 de julho de 2011

on/off



sabe aqueles dias que tudo parece não querer dar certo e por mais que as coisas caminhem, é tudo em passos lentos? acho que ando retrocedendo em alguns aspectos, eu acho que preciso de um tempo pra mim, de um pouco de paz interna, poder (e conseguir) desligar o celular, desligar o notebook, ficar sem acesso a internet, sem contato com o mundo virtual (e exterior) de uma forma geral. preciso aprender a dizer mais 'não' pra certas coisas, desligar o celular, e não ficar vidrado com o primeiro toque, correr em função da tecnologia enquanto o certo é ela me servir. porque nesta toada ela não nos beneficia, e sim nos mantem refém das coisas e tendência a nunca é retroceder...


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vazio;





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terça-feira, 5 de julho de 2011

fora do comum




Queria que algum canto do mundo me acolhesse. E me abraçasse e dissesse que tudo bem, tudo bem de vez em quando eu perder assim a razão ou o equilíbrio.
 
Eu queria que existisse um canto do mundo que nunca me dissesse "hey, tati, você se expõe demais" e que me deixasse ser assim e apenas me deixasse ficar quietinha e quente quando o mundo resolvesse me magoar, porque eu sou briguenta, mas sou mais sensível que maria-mole na frigideira.
 
Eu queria ir para um planeta onde não existisse tempo de beijar e tempo de pirar. E eu pudesse ir agora no seu mundo e te beijar até enjoar de você. E eu pudesse, de repente, gritar bem alto, porque me irrita esses milhares de sons tecnológicos que você faz. Para mostrar que meio mundo te procura enquanto eu não posso te procurar porque a cartilha da vovó que casou dizia que a mulher nunca pode procurar o homem se não quiser ser usada por ele.
 
Eu queria mandar para aquele lugar a cartilha da vovó. E queria tirar essa voz do meu pai da minha cabeça, dizendo "minha filha, homem não gosta dessas coisas".
 
Eu sei que sou exatamente o que 98% dos homens não gosta ou não sabe gostar (apesar de eles nunca me deixarem em paz). Eu falo o que penso, abro as portas da minha casa, da minha vida, da minha alma, dos meus medos.
 
Basta eu ver um sinal de luz recíproca no final do túnel que mando minhas zilhões de luzes e cego todo o mundo. Sou demais. Ninguém entende nada. E eles adoram uma sonsa. Adoram. Mas dane-se. Um dia um louco, direto do planeta dos 2% de homens, vai aparecer.
 
E que se dane a natureza gritando no meu ouvido que não posso ser assim. Que a boa fêmea sabe esperar nove meses, portanto deve saber esperar uma ligação ou um sinal de "pode avançar no joguinho". Eu não sei esperar nada. E a natureza gritando no meu ouvido que então, já que sou birrenta, vou ficar sem nada mesmo. Porque é preciso saber viver. Atiram a gente nesse mundo, nosso coração sente um monte de coisa desordenada, nosso cérebro pensa um monte de absurdo.
 
E a gente ainda precisa ser superequilibrada para ganhar alguma coisa da vida. Como se só por estar aqui, aturando tanta maluquice, a gente já não devesse ganhar aí um desconto para também ser louco de vez em quando. Quem é essa natureza maluca, quem é esse mundo maluco? Quem são esses doidos que exigem tanta certeza e tanta "finesse" e tanta postura da gente?
 
E eu queria te beijar até enjoar. Porque eu só sei curar uma vontade de me entorpecer de alguém quando sugo a pessoa até a última gota. O problema é que, nesse mundo sem graça com celulares que apitam e mensagens no Messenger que apitam e policiais mentais que apitam "hey, tati, segura a onda, não deixe ele perceber que pode comandar seu coração mole", ninguém mais sabe nem sugar e nem ser sugado até a última gota. Fica uma droga de um joguinho superficial de trocas superficiais. E ai de quem resolva sair disso. Vai ser tachado de louco de pedra. Maluco. E as meninas sonsas se dando bem, e eu dormindo abraçada com o travesseiro sem dono da cama de casal. 
Queria que ao menos algum canto do mundo me acolhesse. E me abraçasse e dissesse que tudo bem, tudo bem de vez em quando eu perder assim a razão ou o equilíbrio. E repetir e repetir e repetir o erro. E jurar que da próxima vez eu serei normal. E jurar que da próxima vez eu obedecerei a natureza, meu pai, a cartilha da vovó ou as meninas sonsas. E virar a rainha dos 98% de homens que não sabem o que fazer com uma pessoa que nem eu. E depois chutar todos eles, porque no fundo tô pouco me lixando pra essa maioria idiota. Pode até ser meio solitário correr contra a maré, mas como é gostoso olhar a multidão do outro lado e enxergar todo mundo pequenininho.


por Tati Bernardi


segunda-feira, 4 de julho de 2011

Desassossego





Depois de me obrigar a sair do sedentarismo e ir praticar o meu esporte, tive algumas boas surpresas. Afinal, os dias tem sido razoavelmente calmos de um lado, mas em outros momentos bastante desgastante e essa oscilação acaba nos deixando a um passo de uma síncope. E nessa montanha-russa de emoções acabei me vendo bastante estressado nos últimos dias por isso tenho tentado relaxar quando posso, buscando inovar pra sair da mesmice.
Aí, nessa toada, eu ganhei alguns minutos na minha vida. Cumpri o cronograma dominical familiar, fiz a minha parte da amigo, mas quando cheguei em casa não me dei folga, e antes do desânimo me agarrar, coloquei o tênis novamente, peguei o ipod e fui correr. Num ritmo um pouco mais lento que o habitual e, talvez por isso tenha aproveitado mais visualmente a paisagem. Vi mais crianças, mais pessoas e parece que a natureza colaborou com o momento.
Depois de uma longa volta eu sentei na beira da água, estiquei as pernas e fiquei olhando fixamente a ponta do tênis. E pra ver como aquela história de que o universo conspira a nosso favor, neste exato momento o ipod no aleatório, achou por bem colocar Maria Bethânia pra cantar Gita e na seqüência declamando o poema Desassossego de Fernando Pessoa que tinha tudo a ver com o contexto, porque enquanto os pássaros brancos tomavam a totalidade da árvore no centro da represa, o alaranjado do céu ia dando lugar pro fúcsia do anoitecer. E preciso confessar que foi um fenômeno único, preciso repetir mais vezes, preciso me permitir mais vezes. E ainda, ao longe, a fonte da represa nova já estava ligada, era uma contemplação de sensações. Era eu, simplesmente me permitindo aproveitar as coisas simples da vida.





"Lembro-me de quando era criança e via, 
como hoje não posso ver, a manhã a raiar sobre a cidade.
 Ela não raiava para mim
mas para a vida
porque então eu, (não sendo consciente)
eu era a vida.
E via a manhã e tinha alegria
Hoje vejo a manhã, tenho alegria
e fico triste.
Eu vejo como via,
mas por trás dos olhos, vejo-me vendo.
E só com isso, se obscurece o sol,
o verde das árvores é velho,
e as flores murcham antes de aparecidas."


[do Livro Desassossego - Fernando Pessoa]





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domingo, 3 de julho de 2011

E pra quem não tinha a intenção de sentir nada



eu estou sentindo, 
e MUITO!


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o nosso mundo




o refúgio interno só pode ser criado e mantido por nós mesmos pela peculiaridade da situação; são as suas estrelas, é o seu chão, é só você e suas emoções neste momento... 
por isso eu falo, mas também me calo muito; hoje muito mais do que antes, porque a vida tem me ensinado a ser assim...
esse sou eu aprendendo diante do mundo, tentando encontrar o liame entre o que eu penso e o que o mundo me apresenta...


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sábado, 2 de julho de 2011

25 anos



porque fez parte, não da minha infância, 
mas da vida de uma maneira geral. 
goXXXto!


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