quarta-feira, 2 de maio de 2012

grito de alerta; o momento em que o copo está cheio


Vê se entende:






Primeiro você me azucrina, 
me entorta a cabeça
Me bota na boca 
um gosto amargo de fel
Depois vem chorando desculpas, 
assim meio pedindo
Querendo ganhar um bocado de mel

Não vê que então eu me rasgo
Engasgo, engulo, reflito, 
estendo a mão
E assim nossa vida é um rio secando
As pedras cortando, 
e eu vou perguntando: 
até quando?

São tantas coisinhas miúdas, 
roendo, comendo
Amassando aos poucos com o nosso ideal
São frases perdidas 
num mundo de gritos e gestos
Num jogo de culpa 
que faz tanto mal

Não quero a razão 
pois eu sei 
O quanto estou errada, 
o quanto já fiz destruir
Só sinto no ar 
o momento em que o copo está cheio
E que já não dá mais pra engolir

Veja bem, 
nosso caso é uma porta entreaberta
Eu busquei a palavra mais certa
Vê se entende o meu grito de alerta
Veja bem, 
é o amor agitando meu coração
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não


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