Hoje eu derrubei o meu copo de cappuccino em cima do meu celular. Que ridículo; que prova de que o mundo conspira para o acaso. Eu que não tomo cappuccino, eu que amo meu celular. E acontece uma dessas. Seria cômico se não fosse tão trágico. E junto com o celular eu derrubei nos papeis, nos documentos, na mesa, no chão... em tudo. Mas só me preocupei com o celular, foi o que eu saí correndo pra limpar, enxugar, lamentar. Mas o pior foi depois, foi me deparar com o líquido no auto-falante sem saber se ele estava funcionando e querer ligar pra alguém pra contar que tinha derrubado cappuccino no meu celular. E eu quis realmente ligar pra alguém pra contar a peripécia ocorrida. Mas não tive ânimo. Me deparei com uma vontade de ligar e contar sobre a minha vida, sem ter a quem fazê-lo. Simples, sem dramatizações e complicações. Fiquei inerte e estarrecido com a situação. Contemplei o celular enquanto deixava o vento do ar condicionado gelar a sua superfície, deslizei os dedos sob sua borda enquanto pensava: deprimente Rafael, deprimente.
Imediatamente, me veio a mente a frase pertinente da fodástica Fernanda Young: "Uma pessoa olhando para um celular que não toca - não há cena mais idiota. Os celulares foram justamente inventados para que ninguém precise mais ficar aguardando uma ligação ao lado do telefone."
E mais uma vez soava mentalmente: deprimente...
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário