terça-feira, 10 de julho de 2012

café forte...




- Uma xícara de café forte, por favor.

- Mas você não toma café.

- Eu sei. Não tomo normalmente, mas nos últimos tempos tenho precisado para me manter em pé.

- Isso não me parece bom.

- E realmente não é. Mas é assim que as coisas são.




Na verdade a loucura em que vivemos dificulta enxergar coisas com clareza, com uma perspectiva real, de quem enxerga com propriedade. Decifrar o que é realmente importante e conseguir distinguir daquilo que temos em mente naquele momento talvez seja a parte mais complicada..
E, no entanto, pra você, o que é realmente importante no meio de tudo isto? Você já parou pra se fazer essa pergunta?
Perguntas. É tão estranho questionar se você tem se feito perguntas. Porque o que  mais parece óbvio é, talvez, o que mais se esquece nessa vida.
Acho que eu preciso mesmo é de mais café para me manter firme.
O difícil é que com o café vem uma lucidez e uma sobriedade que machuca a alma e é tão, mas tão difícil de suportar que me faz questionar se com todo mundo é assim.
Sim, eu sei que todo mundo se dói, todos tem essa inquietação. Mas será que são aliadas à forte uma lucidez como a minha?
Então mais café e uma dose de não sentir, por favor. Só para ter o prazer do torpor, mesmo que por alguns instantes. 
E que o formigar dos dedos se estendam pelo corpo todo e chegue à alma ao ponto de torná-la serena e calma: introspecção com gosto de cafeína.




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