domingo, 20 de novembro de 2011

parapeito






Sentado no parapeito eu balanço as pernas incontrolavelmente de maneira ininterrupta. Não, eu não consigo controlar, mesmo com o olhar distante, o pensamento idem, as pernas não param. A respiração é ofegante e até as pálpebras tomam um ritmo diferente. Cuidado.
As pessoas tem o seu ritmo, cada um no seu tempo, juntando-se nos grupos paralelos, vivendo seus mundos, suas vidas, enquanto eu fico ali, absorto, sentado no parapeito balançando as pernas como criança que não alcança o chão e está inquieta por não querer ficar parado.  São apenas tropeços involuntários de pernas bambas.
É isso, o mundo está andando rápido, enquanto eu fico sentado no parapeito. Por isso as perninhas não querem parar de se mexer, é a vida mostrando que não se pode parar. Nunca se pode, desde criança a gente não para. E talvez seja por isso que a gente queira abraçar o mundo, porque aí ele não precisa correr, é a gente parando o mundo. É a tentativa de controlar o incontrolável.
Mas ali, do parapeito, eu me concentrava nos meus pensamentos cansados, tentando compreender esses dias longos e essa quantidade absurda de pensamentos que não param.
E aí você põe a mão de leve no meu queixo e o levanta até a altura dos seus olhos pra que eu possa te escutar melhor. Comigo é assim, sempre respondo a estímulos. E com você, como é?



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