Nothing fails, no more fears
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
João e Maria
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país...
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
sobre o esquecimento
"Queria ser lembrado por você para vingar todas as vezes em que esqueci de mim. Queria me esquecer para só lembrar de você. Queria lembrar de você sem esquecer de mim. Queria esquecer de você sem lembrar de mim com você. Queria esquecer esquecendo de lembrar de você. Queria me lembrar de você para perdoar todas as vezes em que menti para mim que não lembrei de você."
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terça-feira, 30 de outubro de 2012
no aguardo...
Pelo título do filme eu já iria assistí-lo de uma forma ou de outra por pura identificação, mas depois de me deparar com o trilher e com a seguinte frase: "Nós aceitamos o amor que acreditamos merecer..." que soou como um leve soco na boca do meu estômago me deixa ainda mais ansioso para sentar na frente da tela do cinema...
Filme: "As Vantagens de Ser Invisível"
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segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Cavaleiro de Aruanda
Quem é o cavaleiro
Que vem de Aruanda
É Oxóssi em seu cavalo
Com seu chapéu de banda
galo cantou
tá chegando a hora
oxalá tá me chamando
caçador já vai embora
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
noites perigosas
Descobri que existe mil maneiras diferentes de dizer “eu te amo”, e que por mais simples que sejam essas palavras, elas representam tudo. Descobri que abraços podem te tranquilizar de uma maneira devastadora, e noites de insônia podem ser perigosas quando se tem muita besteira em mente.
Sempre Tati Bernardi
terça-feira, 18 de setembro de 2012
AMOR, por Carolina Ferraz
que você possa fazer bom uso...
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segunda-feira, 10 de setembro de 2012
escolhas
Tudo bem que a gente tem que dar o primeiro passo, depois insistir, por vezes até persistir para alcançar o êxito. Mas, na minha não tão modesta opinião, isso não funciona para com as pessoas. Não deixe as coisas subentendidas, fale o que você pense, corra atrás de quem você quer. Só não espere ser tarde demais para os seus planos. Se tempo não espera, por que as pessoas haveriam de esperar? A sua vida nao é nada mais do que o reflexo das suas atitudes! Portanto não fique se achando injustiçado ou abençoado, você será aquilo que escolheu ser...
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domingo, 9 de setembro de 2012
Marlonzinho
Garoto Modelo Depois de ter o pai assassinado a tiros e sobreviver a um câncer pesado, um garoto de Santa Catarina se torna o mais bem-sucedido modelo brasileiro da história
Se Gisele Bündchen tivesse um correspondente no hemisfério masculino do planeta da “modelagem”, ele provavelmente atenderia por Marlon Teixeira. Este é o nome do garoto de 21 anos nascido e criado nas praias do Balneário Camboriú, na bela e Santa Catarina.
Hoje um dos mais requisitados e festejados modelos do mundo, Marlon não teve exatamente uma vida fácil até ser descoberto por um amigo da família que dirigia uma agência de modelos catarinense. O pai foi assassinado à bala quando o menino tinha apenas 1 ano e meio de idade, numa situação sobre a qual, por razões compreensíveis, não gosta de se alongar. Dois anos depois recebeu um diagnóstico pesado: tinha câncer no mediastino, área da caixa torácica que engloba esôfago, traqueia e coração. Praticamente morou no hospital, de onde só foi receber alta aos 7 anos. “Vi um monte de amiguinhos irem dormir e não acordarem mais…acabei descobrindo a morte muito cedo”, relatou o garoto à jornalista Luciana Obniski, que o entrevistou para a edição de setembro da “TPM” que traz o ensaio sensual com o modelo, de onde saiu a amostra que você vê aqui.
Ter sobrevivido a tudo isso e à pouca grana, as aulas de surfe que começou a dar ainda adolescente, o 1,87 m de altura e uma certa vocação para bicho solto talvez sejam fatores relevantes na equação que resultou num dos mais atraentes representantes da estética masculina vigente no mundo da moda, ao menos nas opiniões abalizadas de marcas como Armani, Dior, Dolce & Gabbana, Cavalli e outros clientes respeitáveis. Especula-se que os cachês de Marlon tenham crescido 20 vezes nos últimos quatro anos. Remunerações de seis dígitos, mais comuns no mundo da moda para as mulheres, já são uma realidade na vida dele. O certo é que o menino de Camboriú que se tornou o mais reconhecido e bem pago modelo brasileiro vive hoje sem reclamar muito, num belíssimo apartamento em Manhattan que divide com outro modelo. Diz que está guardando dinheiro para dar uma vida confortável à sua futura família, que está solteiro, fala sobre o sofrimento de um relacionamento rompido algum tempo atrás, que gosta mesmo é das brasileiras e que acha namoro algo pra ser levado a sério. Um garoto modelo?
E aí a gente olha pra essa carinha dele e nem imagina o que o cara passou pra chegar onde chegou... e muita gente reclamando de barriga cheia. Nessas horas é aquela tapão com luva de pilica bem no meio da fuça que a vida nos dá pra mostrar que as coisas não são como a gente imagina.
Vamos ver o mundo com outros olhos, vamos?
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segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Setembro
Que setembro venha com bons ventos,
que me traga sorte e amor, que não me deixe sofrer,
Por favor...
Caio F. de Abreu
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sábado, 1 de setembro de 2012
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
pequenos detalhes, grandes recordações;
Sinceramente eu não sei o porquê de algumas atitudes que tomamos, mas sei que elas alteram nossos caminhos de uma forma que não podemos prever as consequências.
Cada pessoa que passa pela minha vida me deixa um tipo de recordação.
Aqueles mais próximos, mais marcantes deixam além das marcas afetivas, deixam marcas físicas: são as materializações do passado no presente. E eu gosto destes pequenos detalhes. São simples objetos para alguns mas que com um toque trazem um imenso passado a tona para outros. Tudo depende do ponto de vista.
Mas algo tem acontecido agora. Algumas lembranças tem se tornado um pouco mais frequentes nos últimos dias e eu tenho revivido muitos momentos dos quais a gente acaba não controlando.
Se eu acertei, se alguém tinha razão, se ia dar certo... são questionamentos que não cabe se fazer agora porque simplesmente não vão alterar o presente e talvez só traga mais sofrimento.
Da afetividade o turbilhão que tem passado na minha cabeça eu controlo da forma como posso, como a gente aprende com a vida.
Mas hoje eu acho que extrapolei um pouco esse liame do afetivo/presencial. Pois do alto da minha destreza de mamute consegue quebrar um objeto que era mantido na minha sala desde quando eu ganhei de presente no meu aniversário. E esse objeto me remetia justamente à pessoa a qual eu tenho eu me refiro nesse texto.
Eu não sei qual é a representatividade disso na minha vida, mas o fato da minha estabanação acabou lascando mais que aquele objeto. Lascou uma parte de mim. E isso foi como matar uma parte da minha história.
Definitivamente isso me soa como um relato muito dramático, mas vindo de mim, isso não soaria nada estranho, seria até habitual. Entretanto, isto é apenas um breve registro que não tem o intuito de ser explicativo: está para o blog quase como a seleção dos eventos aleatórios do dia está para um diário.
Talvez tenha sido um último voo; ou apenas uma espécie de renascimento... Só o tempo dirá!
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Porque o mundo dá voltas...
Não vá pensando que determinou
Sobre o que
só o amor pode saber
Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer
Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de mudar
E pode aparecer onde ninguém ousaria supor
Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não tenha do que duvidar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais
Vai saber?
Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não venha a reconsiderar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais...
Vai saber?
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domingo, 5 de agosto de 2012
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
divã
Hoje eu encerrei o ANO II no divã. (e só a título ilustrativo aqui o ano não corresponde ao ciclo de 365 dias, é tão somente um indicativo periódico).
Mais uma fase se encerra, mais um ciclo completado.
Não sei exatamente qual é o balanço que eu cheguei disso tudo, mas segundo a minha terapeuta eu estou mais centrado e tive muitos progressos, o que é muito bom.
A princípio esse término é um tipo de férias que logo voltará à programação normal, tipo seriado, mas o que vai acontecer nos próximos capítulos eu sinceramente não sei.
Só sei que hoje coloquei alguns pontos na minha vida. Pra ser sincero, não foi exatamente hoje. Talvez eles só tenham sido escritos hoje, mas estão sendo pensados há vários dias.
Tenho tido muito tempo sozinho com meus pensamentos, tenho estado longe de algumas coisas que me fazem mal e até de algumas coisas que eu achava que eram imprescindíveis na minha vida. E agora que fiquei sem, descobri que nada nessa vida é mesmo insubstituível e que a gente tem é que perder essa mania de achar que é.
Nestes últimos dias tenho enfrentados fantasmas que me atormentam diuturnamente e que se fortalecem com os meus medos, por isso são tão difíceis de se lidar, mas mesmo assim não tenho deixado de lutar.
Tenho tido minhas recaídas, e confesso que não tem sido poucas e, muitas delas me levaram ao fundo de mim mesmo, sem que ninguém viesse me dar a mão para trazer de volta. Talvez isso seja a parte que mais me doa, não ter com quem contar em certas horas.
Minto, acho que estou expondo as coisas da forma errada, o grande problema, não só meu, como da vida, e das pessoas de uma forma geral é a decepção gerada pela confiança que se deposita nas outras pessoas, sendo que na maioria das vezes a outra pessoa não tem nem ideia disso. Ok, algumas vezes até tem, mas a culpa de incidir nesse erro é nossa. Temos que ter a ciência de que não devemos projetar nossas expectativas nos outros porque a possibilidade de frustração só aumenta em proporções geométricas.
Enfim... tenho tentado lidar com as minhas frustrações, descobrindo que não adianta mudar o foco do problema como forma de escape. Muda-se somente a fonte.
Com algumas das últimas atitudes tenho aprendido (forçosamente) a lidar com o fracasso e o amargo das desilusões, mas isso não mata como eu já sabia. A gente vai aprendendo a ser mais forte com os nossos erros.
Se bem que as vezes dá uma vontade de fazer uma coisa que eu já citei aqui e eu descrevo como: "correr pra dentro...", mesmo sabendo que quase sempre isso não é possível...
Mas como diria um amigo sobre o caso: com o tempo tudo volto aos seus devidos lugares.
E vamos que vamos...
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segunda-feira, 30 de julho de 2012
fatos
Eu preciso fazer uma confissão:
eu não fui sincero com você. Alias, não tenho sido. Mas isso não quer dizer que
as minhas palavras são falsas ou mentirosas. Não, elas não são. Eu só não disse
a verdade. Talvez a verdade é que eu tenha me omitido nas palavras, pois nos
gestos eles sempre foram os mais cristalinos possiveis.
Mas nesse ponto você há de convir
comigo que se eu me omiti em dizer, você se omitiu em perguntar também. Ambos
temos nossa parcela de culpa nessa história, eu mentindo pra mim que não é com
nisso que eu penso todos os dias quando acordo sacrificando uma parte de mim e
do outro lado, você mentindo pra si mesmo que debaixo do personagem não existe
uma pessoa real e que também se omite, de si, dos outros e do mundo.
São extremos, são contrários e de
tão antagônicos é que se completam. Mas como todos extremos também se repelem.
Preenchem uma parte, mas expurgam outra, talvez por medo da sincronicidade das
reações e sentimentos, embora o medo não seja melhor resposta ele é sempre uma
das justificativas mais utilizadas.
Falo da minha parte, dos meus
anseios, dos meus medos, dos meus sentimentos. Falo disso por experiência
própria, mas falo de você com a propriedade de quem conhece a ti mais do que
você gostaria as vezes. Mais do que o seu medo lhe permite que o restante do
mundo conheça.
Existe mais de uma maneira de se
enxergar a alma das pessoas. O grande problema e dificuldade em fazê-lo é que o
outro tem que, além de estar aberto e disposto a isso, é doar-se ao próximo,
dar mais de si do que receber em troca. E é aí que se encontra a dificuldade. O
mundo de hoje não se tem pessoas preparadas para doar-se ao outro. O mundo
prepara as pessoas para sugar o próximo e nada mais.
Já eu posso me vangloriar de ter essa disponibilidade com
certas pessoas com quem a minha afinidade exacerba o limite do explicável. Não
se define, apenas se sente o que a alma não delimita.
Eu tenho o canal aberto para enxergar o que as pessoas
deixam aberto para o mundo, não é um dom, é só uma questão de querer enxergar
aquilo que o outro evidencia, é uma situação latente.
Eu só me pergunto até que ponto
estamos sendo honestos com a gente, se omitimos, se disfarçamos, vestimos as
máscaras de nossos personagens “full time”
a ponto de não nos reconhecermos nas nossas próprias feições, talvez tenhamos
perdido nossas identidades para os personagens que criamos e que se alimenta da
nossa fraqueza, dos nosso medos mais profundos e nos consome aos poucos. O
Personagem vai se fundindo ao ator a ponto de não se desvincilhar mais.
É uma pergunta recorrente na minha mente. Aliada a uma série de fatores: Um dia a ficha vai cair?
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terça-feira, 24 de julho de 2012
5 meses
E hoje estou completando 05 (cinco) que eu larguei o meu vício... Mas só o vício, não a a minha PAIXÃO... Porque eu continuo amando a minha negona, a minha Coca-cola! Sim, eu optei por não beber mais refrigerante por uma série de motivos que não vem ao caso no momento.
É quase aquele lance do alcoolismo: 'DO SÓ POR HOJE...' e eu realmente trato isso como um vício, porque tem dias que é difícil, que a boca seca só de olhar pra um copo de coca gelada, naqueles dias quentes de sol a pino, naqueles dias de festa, de comemoração... mas só por hoje eu não vou beber Coca-cola.
Como eu disse antes, eu esqueço o vício, mas mantenho a paixão...
segunda-feira, 16 de julho de 2012
e eu tô tentando...
Na verdade o que a gente quer é ser aceito, alem de amado, é
claro!
Há aqueles que negam, que fingem que não ligam a mínima para
o que os outros pensam, mas na verdade, nem é preciso ir muito a fundo para
descobrir que o que ser humano mais anseia é a aceitação.
E eu não sou diferente, só queria que as pessoas descobrissem
que eu não faço as coisas por mal. Nem pelo meu, nem pelo delas. Nem mesmo
quando praguejo sou capaz de causar tal situação. Talvez só em casos extremos,
e olhe lá.
Eu só queria viver em paz... e óh, to me esforçando pra ser
melhor, juro!
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terça-feira, 10 de julho de 2012
café forte...
- Uma xícara
de café forte, por favor.
- Mas você
não toma café.
- Eu sei. Não
tomo normalmente, mas nos últimos tempos tenho precisado para me manter em pé.
- Isso não me
parece bom.
- E realmente
não é. Mas é assim que as coisas são.
Na verdade a
loucura em que vivemos dificulta enxergar coisas com clareza, com uma
perspectiva real, de quem enxerga com propriedade. Decifrar o que é realmente
importante e conseguir distinguir daquilo que temos em mente naquele momento
talvez seja a parte mais complicada..
E, no
entanto, pra você, o que é realmente importante no meio de tudo isto? Você já
parou pra se fazer essa pergunta?
Perguntas. É tão
estranho questionar se você tem se feito perguntas. Porque o que mais parece óbvio é, talvez, o que mais se
esquece nessa vida.
Acho que eu
preciso mesmo é de mais café para me manter firme.
O difícil é
que com o café vem uma lucidez e uma sobriedade que machuca a alma e é tão, mas
tão difícil de suportar que me faz questionar se com todo mundo é assim.
Sim, eu sei
que todo mundo se dói, todos tem essa inquietação. Mas será que são aliadas à
forte uma lucidez como a minha?
Então mais
café e uma dose de não sentir, por favor. Só para ter o prazer do torpor, mesmo
que por alguns instantes.
E que o formigar dos dedos se estendam pelo corpo todo
e chegue à alma ao ponto de torná-la serena e calma: introspecção
com gosto de cafeína.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
PAINEIRA OU UM AMOR ATRASADO
Ansiava em subir numa paineira. Meu desejo irrealizado de telhado, mas ela tinha espinhos avantajados, que não davam para dobrar como os da roseira. Espinhos fortes, agudos, medievais. Observava a árvore na praça, como um órfão admira o pai de um colega ou como quem esconde da professora o atraso da mãe na saída da escola. Tocava-me a nostalgia do que nunca poderia fazer. A paineira, intransponível com suas pontas de lança. Os galhos muito acima da minha capacidade de encurtá-los.
Deixei esse sonho de lado, como muitos outros, sem mexer ou importuná-los, fingindo que não me conheciam. Ao empurrar meu filho no balanço, na mesma praça que freqüentava quando pequeno, assusto-me com a mobilidade de uma criança alçando justamente a paineira impossível. Não havia percebido, o que ela propôs foi simples: usava os espinhos como degraus. A paineira ficava mais fácil de subir, porque naturalmente apresentava os grampos do alpinista em sua crosta. A criança se elevava com ligeireza e alegria, ainda gritou de cima. Avistava um continente estranho.
Não havia insistido. Muito menos ensaiado vôos pelas cordas das mãos. Sondava somente o langor dos espinhos, concentrado na dor que eles poderiam me provocar, no ferimento que ainda não existia, nos joelhos esfolados que deveria levar para casa. Não cogitei os espinhos como os ombros que me conduziriam ao alto, como um modo de me proteger.
Uma amiga esperou três anos para que um amor se resolvesse por ela. Viveram juntos, se separaram. Faltava cumplicidade, não ser esquecida pelo seu olfato. Faltava que ele dissesse que não conseguiria ficar sem ela, que ao menos sentia saudades. Ela praguejou escondida, suportou as olheiras, encabulou meses de convívio, tentou ser forte, mudou de planos, pensou que enlouqueceria caso não se abrisse para alguém, não se abriu e enlouqueceu, arrebentou-se em segredo para sofrer sem que ele visse que sofria.
Na última semana, ela se reencontrou novamente com o ex. Num ônibus, entre passageiros que nada tinham com isso, ele finalmente declarou sua paixão e expressou todas as palavras que ela queria ouvir. Todas. Até aquelas que não ouviria, pois era vaidade demais imaginá-las. Perguntou inclusive se ela continuava usando o mesmo perfume. Ela riu: "Sim, eu não mudei de perfume." Talvez tenha mudado de corpo, de perfume não. Ele riu, acreditou que ainda era tempo, que ela o aceitaria de volta.
Ela afastou os braços dele dos seus ombros. Com ternura. Uma ternura de quem soube avançar pelos espinhos e enxerga a vida da copa das árvores, com mais altura do que o vento. Com mais discernimento.
A paineira me ensinou a não temê-la.
Um amor atrasado não é amor. Um amor atrasado é amizade depois de um amor que não aconteceu.
por Fabrício Carpinejar
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quarta-feira, 27 de junho de 2012
então me diga...
Meu amor
Vamos falar sobre o passado depois
Porque o futuro está esperando
Por nós dois.
Por favor
Deixe meu último pedido pra trás
E não volte pra ele nunca
Nunca mais.
Porque ao longo desses meses
Que eu estive sem você
Eu fiz de tudo pra tentar te esquecer
Eu já matei você mil vezes
E seu amor ainda me vem
Então me diga
quantas vidas você tem.
[Jota Quest]
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segunda-feira, 25 de junho de 2012
Não canse quem te quer bem
Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a chatice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: Não canse quem te quer bem. Diz ela que ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpeto de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que não acaba nunca cujos protagonistas ninguém ouviu falar. Deveria ser crime inafiançável ficar contando longos causos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora, ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai experimentar antes de sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela posar para 297 fotos no fim de semana em Gramado. Todo mundo já sabe como é Gramado. Tirem duas, como lembrança, e aproveitem o resto do tempo.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar constrangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível, mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aqueles que também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (cantar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse cabelo, guri?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.
Martha Medeiros
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domingo, 17 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
As palavras fogem, se você deixar...
Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem
e não ser meu mal
Reabilite o meu coração
[Vanessa da Mata]
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Sempre Tati...
"Não é que eu estrago tudo escrevendo.
É que escrevendo
eu salvo o que já tava estragado."
Tati Bernardi
terça-feira, 5 de junho de 2012
sabedoria pura e simples
A gente implora a Deus
para que nos ajude a esquecer um amor
quando na verdade
não é esquecer que precisamos:
é lembrar corretamente.
Martha Medeiros
segunda-feira, 28 de maio de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
desapega...
Eu
acabei de ler uma frase tão, mas tão precisa que chegou a dar uma pontada: “Estou
cansado de administrar pessoas”.
Estou
cansado, pelo fato de ter que, o tempo todo, cuidar do outro, sendo que na
maior parte do tempo, eu não consigo cuidar de mim mesmo. Entretanto, mesmo
assim, eu insisto no erro.
E administrar pessoas exige uma dose excessiva de
desapego e benevolência, que de fato, eu não posso ter. Não agora.
O
problema é que eu me importo com quem não se importa, alias, que pode até se importar, mas
que tem coisas mais importantes com que se preocupar. Afinal, "cada um com os seus problemas", certo?. ERRADO!
Ok, que todo mundo tem a si próprio para vigiar, e aí, o outro passa a não
ser a prioridade, mas não devemos esquecer que para tudo nesta vida existe um meio termo.
O grande problema, no meu caso, é que eu prefiro deixar o outro ser prioridade pra que eu mesmo não seja o foco.
(Sim eu sei que é uma espécie de FUGA, e isso é tópico da minha terapia, OK?)
O grande problema, no meu caso, é que eu prefiro deixar o outro ser prioridade pra que eu mesmo não seja o foco.
(Sim eu sei que é uma espécie de FUGA, e isso é tópico da minha terapia, OK?)
E
essa tentativa, burra diga-se de
passagem, não surte efeito, porque exige uma sensibilidade alheia ao enxergar
por trás de nossas retinas e, novamente, caímos na pressa e nas prioridades
próprias de cada um. E mais uma vez. Incidimos no erro. E
como de costume, é recorrente o ciclo... E aí caímos novamente nas lamúrias, é apenas questão de foco.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo. Para qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez, não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor, e os amigos ainda se contam nos dedos. Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.
Charles Chaplin
terça-feira, 8 de maio de 2012
usar de lema para a vida...
Saber que se puede
querer que se pueda
quitarse los miedos
sacarlos afuera
sacarlos afuera
pintarse la cara
color esperanza
color esperanza
tentar al futuro con el corazón...
[Diego Torres]
domingo, 6 de maio de 2012
QAF, eu e você...
na foto: Michael, Brian e Justin
O que eu vou fazer hoje não
é nada mais do que uma resenha de uma série muito famosa de TV, mas que poderia
facilmente a minha história de vida, como também de muitas pessoas que eu
conheço e em muitos momentos.
Mudam-se algumas histórias,
mudam alguns personagens, mas o enredo no final é quase sempre o mesmo, o mesmo
plano de fundo.
A série famosa é a “Queer as folk”, exibido no Brasil com o
nome de “Os Assumidos”. Recentemente
eu re-assisti alguns episódios por causa de um amigo que começou o “vício” pelo seriado e como ele quis os
DVDs emprestados, peguei os meus e fui testar para ver se estavam funcionando
corretamente. Passando rapidamente pelas primeiras temporadas, fui direto para
a última, e assisti alguns episódios, incluindo os dois últimos capitulos.
Um
filme passou na minha cabeça e eu me lembrei do aperto
no peito que essa série causou na minha cabeça, mas mais do que isso, me veio
várias vidas, varias histórias, vários personagens... Aquela sensação de frio
na espinha
O que me chama atenção na
trama não é nem o excesso de drogas, a promiscuidade dos personagens, ou a
volatidade dos sentimentos. Esssa visão é a que todo mundo tem ao ver a séria,
a minda é diferente, comigo é a semelhança dos sentimentos, dos personagens, do
modo de agir de determinados personagens.
Vou fazer um resumão do que
eu acho importante... vamos aos personanges:
Primeiro o tímido (e fofo) Michael (Mike), que se descreve como
"aquele cara quase bonito que passou
por você", ele é o amigo
pra todas as horas (e por ser o bonzinho
é o que sempre se ferra) e que tem aqueles olhinhos de “cão-sem-dono” que
ninguém resiste. Tem um emprego de vendedor em uma grande rede de lojas, e
dificilmente alguém o apontaria como gay com base em uma conversa de elevador.
Ele é inteligente e sonhador, fã de histórias em quadrinhos e tem uma paixão
platônica por Brian Kinney, seu amigo desde a época de escola.
Já o Brian não poderia ser mais diferente de Michael. Ele é o cara lindo
que todos querem, bem sucedido e seguro. Ele é simplesmente “o cara”. É ele que faz com que o mundo
gire em torno ao seu redor. Onde ele chega o mundo para, porque ele é o
pegador.
No entanto essa longa
amizade – e confusa - dos dois, beira (mas só beira) a um caso de amor. O
problema é que o imaturo Brian
possui uma relação de dependência com Michael.
Logo de cara, no primeiro
episódio acho que a vontade de todas as pessoas é que Mike e Brian formem um
casal, mas isso infelizmente não vai acontecer. Esse grupo de amigo vai sofrer
muita reviravolta durante as cinco temporadas, muitos personagens vão entrar,
muitos vão sair, muitos personages vão sofrer para poder amadurecer.
Brian vai ter o seu papel de
macho-alfa e vai doar o seu sêmen para o casal de lésbicas para que elas possam
ter o tão sonhado filhos, mas tal fato quase não tem influencia na vida dele.
Ter ou não um filho é quase irrelevante para o estilo de vida do garanhão. Mais
importante para ele é estar presente na balada (Babylon), transar com os caras
mais gatos possíveis e se fazer presente.
Até que um belo dia aparece
um novo elemento na trama: Justin, um rapaz de dezessete anos que se envolve
com Brian.
Justin é cativante e tem um
rosto angelical que vai em contrapartida a uma maturidade assustadora, que
contrasta com as atitudes imaturas de Brian. Tem uma sensibilidade ímpar que
ele canaliza nas artes. Essa maturidade o faz relevar os ciúmes de Michael.
O contrastante é desabrochar
da maturidade do Justin que começa a viver plenamente sua sexualidade, enquanto
vive uma paixão com Brian que é um poço de soberba e imaturidade, enquanto
paralelamente a isso Michael luta (mesmo que internamente) para definir qual é
exatamente sua relação com Brian.
Brian, Brian, Brian... Tudo
por não ter olhos para enxergar o quanto Michael sofre por ele e pelas
situações causadas por suas duvidas e tudo o que isso ocasiona no grupo.
O mais dificil da série é
ver que o nosso desejo não se concretiza mesmo. O Brian não consegue ver o quão
especial Michael é em sua vida e o quanto ele representa e, embora o Justin
seja uma graça ele também sofre ao seu lado.
Brian não foi feito para ter
um relacionamento. Apesar de amá-lo, Justin passa por cima de seus princípios
para ficar ao lado de Brian até o fim. Individualista, Brian não aceita que Justin desista de seus
sonhos para viver ao seu lado da mesma forma que ele nem cogita a ideia de se
prender a alguém.
Mas como tudo, a arte imita
a vida, certo? Sim... E Brian, mesmo que ao seu jeito acaba se envolvendo com
Brian e no final, até que ao seu modo, se apaixonando pelo Justin ao
ponto de querer ter uma noite de “amor”
com ele.
Mas já não eram mais eles,
já não dava mais certo e por isso terminou. Justin não queria que Brian
deixasse de ser quem ele era e Brian não deixou de ir atrás de seus sonhos (por
incentivo do próprio Brian) para viver o que poderia ser seu grande amor.
O conto de fadas, o castelo
dos sonhos... nada disto aconteceu! Tudo disso ruiu diante dos dois. Brian e
Justin não ficam juntos com a promessa de que se um dia tiverem de se amar, o
farão independente do tempo. (O que eu
acho a maior balela do mundo!)
Já o Michael, o fofinho, que
só se ferra, depois de muito penar, de muito sofrer, acaba conhecendo um cara
bonitão, boa-pinta, que se apaixona por ele, formam uma bela família, adotam um
adolescente problemático e tem a sua família feliz.
É um final lindo para o
Michael se não fosse pelo fato que, pra mim, no fundo dos olhos dele, eu sempre
veja uma ponta de sentimento incompreendido (e não correspondido) pelo amigo
Brian e que de tão reprimido se torna uma eterna amargura que o impede de ser
feliz por completo. Mas ao olhos do mundo, tudo está plenamente feliz...
E assim se fecha o ciclo
vicioso de “Queer as folk”...
Qual personagem lhe cabe nessa
história? Só não se esqueça que existem outros personagens... mas na minha visão, são esses
os essenciais à trama. São os que ME interessam...
Mas como diria o poeta
Cazuza em forma de pergunta: “Mentiras sinceras te interessam?”
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